As organizações sociais de atendimento à pessoa idosa de Belo Horizonte mensalmente têm um encontro virtual marcado com o projeto Caleidoscópio 60+ Nossos Direitos, do CeMAIS, para a troca de experiências e fortalecimento do coletivo. Em junho, o tema do Conexão Boas Práticas 60+ foi “Cuidando de quem cuida”. O encontro aconteceu na tarde do dia 25.
Martionei Leite Gomes, superintendente da CDM apresentou as práticas da organização social de cuidados com a equipe. A CDM adotou o teletrabalho no dia 17 de março de 2020. Desde então, criaram um Grupo de Trabalho Covid-19, com reuniões diárias para avaliação e encaminhamentos na área de segurança e saúde da equipe; implementaram a comunicação digital para manter a todos motivados e engajados; fazem atividades de visão de futuro; realizam Diálogos Diários de Segurança (DDS) para sensibilização diante da situação de pandemia; criaram uma central de atendimento para tirar dúvidas e atender os profissionais com sintomas de Covid-19 e, ainda buscando sanar as questões do time e orientá-lo para ser multiplicador de informações confiáveis sobre a situação, faz lives com profissionais de saúde. Também organizou para equipe, um guia com as oportunidades gratuitas disponibilizadas por variados serviços para a assistência e promoção da saúde mental.
Durante toda sua fala, Martionei reforçou a busca por leveza e serenidade no trato com a equipe. “Estamos trabalhando em ambientes que não foram feitos para o trabalho. Todo mundo tem outras pessoas em casa e temos que lidar de forma tranquila com isso. Manter a atenção de que estamos pedindo licença para entrar na casa das pessoas”, comentou. Ele contou que antes da pandemia, a CDM nunca tinha feito tantas ações de comunicação interna. A necessidade de compartilhar como está sendo este momento para cada incentivou a realização de uma roda de conversa quinzenal entre os colaboradores, em formato de mesa redonda online, com temas comuns.
Busca por propósito
Andreia Duarte, da consultoria AD Social, foi convidada pelo CeMAIS para falar um pouco sobre o cuidado. Ela pediu que cada uma das pessoas se apresentasse, dizendo o nome e uma palavra sobre como que chegou para o encontro. Felicidade, esperança, expectativa, fé, gratidão, interesse, empenho e confiança foram sentimentos apontados pelos participantes ao se apresentarem.
Ela apresentou a metodologia japonesa Ikigai, que propõe cinco passos para encontrarmos a nossa razão de viver e sentido em todas as nossas ações. “Neste momento que estamos vivendo, a prática do ikigai é muito importante para o exercício de enxergar a si e ao outro. A liderança que não estiver bem vai refletir na equipe que também não ficará bem”, pontuou Andreia. “O que temos neste momento é a realidade da pandemia e temos que viver da forma mais harmoniosa possível, com ações sustentáveis”, indicou a assistente social e mestre em administração e inovação.
Muitos dos presentes participaram compartilhando situações e experiências em suas organizações. A partir dos relatos, articulações foram apontadas para que as organizações se ajudem no cuidado com suas equipes.
O diálogo, com a escuta atenta, foram reforçados como caminhos importantes para a construção do cuidado com a equipe. Marcela Giovana, presidente do CeMAIS encerrou o encontro agradecendo a presença e a caminhada conjunta, especialmente neste momento tão difícil para todos. “Essa caminhada só tem sentido se for junto e se o fortalecimento for de todos. Essa troca que fazemos aqui, impacta diretamente na vida dos idosos”, concluiu Marcela.
Confira a memória completa aqui.