Boas práticas: Atendimento Remoto

Com o isolamento social imposto pela pandemia de covid-19, muitas das atividades que antes aconteciam de forma presencial foram remanejadas para o virtual. As organizações sociais com projetos para o público 60+ também buscaram formas de prosseguir com o atendimento remoto, iniciativa que foi destaque no encontro Conexão Boas Práticas 60+.

A dificuldade de acesso à internet, seja por não ter o aparelho adequado, não saber usar ou mesmo não ter sequer acesso a um serviço de dados eficaz é ainda maior entre a população idosa que não é nativa desse mundo digital. Patrícia Lacerda, do grupo Meninas de Sinhá, explicou no encontro que o idoso não tem o costume dos mais jovens de estar sempre próximo do celular e checar a todo tempo se tem novas mensagens. Essa falta de hábito de ver o aparelho como principal meio de conexão com as pessoas é comum entre as pessoas idosas.

Mesmo assim, as Meninas de Sinhá estão sendo atendidas de forma remota. Por telefone, principalmente, já que, conforme explicou Patrícia, o serviço de internet, mesmo para quem tem condições de pagar, é muito ruim na favela. A Rede Longevidade também suspendeu as atividades presenciais e está realizando o atendimento dos idosos por telefone e videochamada em grupo.

Adriana Alves, da CDM, contou que estão acontecendo oficinas virtuais para os idosos, com a equipe de educadores. Aqueles que não têm acesso ou não conseguem acompanhar as atividades digitais, recebem em casa a apostila de atividade além do acompanhamento dos educadores por telefone. Adriana relatou que mesmo que o contato não seja tão constante e próximo quanto gostariam, faz diferença na vida dos idosos. O retorno, segundo ela, tem sido muito positivo, a interação virtual, mesmo com a distância, tem favorecido e trazido alívio. Um exemplo de ação de sucesso que ela trouxe foi o concursos de fotografias no grupo de WhatsApp.

O Instituto HaHaHa é outra organização social que seguiu em ação através do atendimento remoto. O grupo de palhaços atua nas ILPIs, levando o riso a serviço da vida. Eliseu contou que o grupo está se adaptando à nova realidade e construindo novas metodologias de interação, descobrindo como aplicar a dramaturgia do encontro no ambiente virtual. Começaram produzindo vídeos para serem exibidos nas ILPIs e agora já estão realizando atendimento em teleconsulta ao vivo. Eliseu pontuou a necessidade observada de equipar melhor as instituições, especialmente, durante o isolamento social, já que uma das maiores dificuldades encontradas foi a falta de acesso à internet e equipamentos tecnológicos de qualidade nas ILPIs. Ele contou que foram 50 dias até que começassem as teleconsultas no IGAP e estão aprendendo que a resposta não é imediata como no encontro presencial. Assim, estão buscando construir instrumentos e habilidades artísticas para se tornarem cada vez mais presentes, mesmo que virtualmente.

O IPPE trouxe a experiência de bate-papos ao vivo e online com idosos que têm tido boa participação e retorno positivo. O coral da instituição está realizando ensaios virtuais e, segundo Andreia, tem sido um acalanto nos corações esses encontros.